Você sabia que, segundo a Organização Mundial de Saú- de (OMS), a cada ano, entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas ficam cegas no mundo em decorrência dos danos causados por traumas oculares? E é justamente na terceira idade, quando há o desgaste natural dos ossos e a perda dos reflexos, que o número de acidentes aumenta e se tornam mais graves, principalmente na região dos olhos.
Por isso, os cuidados e a atenção nesta fase devem ser redobrados. Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, durante os anos de 2001 e 2007, 70% dos acidentes oculares com pessoas acima de 65 anos ocorrem no ambiente doméstico e são causados por produtos químicos (22%), seguidos por ferramentas de corte/construção (21%), quinas de móveis (15%) e jardinagem (14%).
As categorias com a maior proporção de lesões evitáveis são as ferramentas de corte/construção (90%), jardinagem (88%) e ferramentas de uso doméstico (71%). Os traumas oculares podem ser classificados em dois tipos: contusos (perfurantes ou por contusões) e químicos (queimaduras oculares).
Os contusos são os mais comuns e resultam de acidentes com a introdução de objetos – tampinhas de garrafa, bolas, pedras, estilingues, armas de brinquedo etc. – nos olhos, estes vão desde lesões superficiais até o deslocamento da retina, podendo levar à incapacidade visual permanente. Já as químicas, dependendo do produto em contato com a visão, podem causar dor, afetando o epitélio (camada fina de pele que envolve a córnea) ou causando danos profundos na retina.
Vale ressaltar que os sintomas como ardência, vermelhidão, dores e incha- ço nos olhos decorrentes das lesões nem sempre aparecem logo após o acidente; em alguns casos, eles demoram um espaço maior de tempo para se manifestar. Por isso, é fundamental que se procure um oftalmologista sempre que houver um acidente ocular, por mais simples que este pareça ser, afinal só ele poderá avaliar a gravidade do caso, diagnosticar com precisão os danos causados e indicar o tratamento adequado.
Os danos e sequelas causados na visão por traumas são inúmeros e variam de acordo com a gravidade do acidente. Em casos de arranhão no epitélio, por exemplo, o paciente pode apresentar dor e embaçamento da visão, ou um quadro de hemorragia, melhorando em dois ou três dias. Em casos mais graves, como lesão na córnea ou se a retina for atingida, o paciente pode desenvolver catarata ou pode ficar com a visão comprometida parcial ou completamente.
fonte: http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/vejabem_04.pdf