Substância pode ser utilizada para corrigir os efeitos do estrabismo.
A eficácia da toxina botulínica foi comprovada na década de 70.

A toxina botulínica era considerada um dos venenos mais letais da humanidade. Porém, o oftalmologista americano, Alan Scott, teve muita coragem para estudar os efeitos terapêuticos dessa substância e deu certo. No final da década de 70, ele comprovou a eficácia da toxina botulínica na correção do estrabismo.

De acordo com a Dra. Iara Debert, oftalmologista, que participa do Bem Estar desta quarta-feira (7), a grande sacada do médico foi saber que a toxina botulínica age localmente e não se espalha pelo organismo. Assim, é possível utilizá-la de forma terapêutica em locais específicos. Para ter alguma reação, teriam que ser usadas doses muito mais elevadas da substância.

A neurologista, Dra. Thais Villa, também estará no programa para falar um pouco sobre o uso da toxina botulínica para tratamento da enxaqueca crônica. O cérebro da pessoa que tem enxaqueca é diferente do normal. Ele é mais sensível por conta da alteração dos neurotransmissores.

No programa desta quarta (7) é possível compreender um pouco mais sobre algumas indicações da toxina botulínica:

Para o estrabismo: nos olhos existe um equilíbrio entre os músculos, eles sempre trabalham juntos. Porém, quando um faz mais força que o outro, o olho fica desviado. É isso o que acontece no estrabismo, um músculo está paralisado e o outro fica puxando. Neste caso, a toxina botulínica é aplicada no músculo bom, que ficará paralisado e se equilibra novamente com o outro.

Para o blefaroespasmo: esta é uma condição em que há contração involuntária dos músculos das pálpebras e os olhos se fecham. É um problema sério porque pode levar à cegueira funcional. A pessoa fica com o olho mais tempo fechado do que aberto. A toxina é aplicada, neste caso, em alguns músculos para paralisá-los e, assim, retornar o comando de abrir e fechar para o indivíduo.

Para enxaqueca: é uma doença neurológica, que tem outros sintomas além da dor de cabeça, como náusea, tontura, intolerância ou sensibilidade ao ambiente – luz, barulho, movimento e cheiro. Na enxaqueca crônica, o nervo trigêmeo libera neurotransmissores frequentemente como se o corpo estivesse com dor, então o cérebro fica produzindo inflamação e dor o tempo todo. A toxina vai agir inibindo a liberação desses neurotransmissores.