Segundo estimativas, cerca de 160 milhões de pessoas possuem catarata no mundo e, a cada ano, são registrados cerca de 120 mil novos casos. Considerada a maior causa de cegueira evitável, a catarata consiste na opacificação do cristalino, lente natural do globo ocular, responsável pela focalização da visão para perto e longe, ocasionando a perda progressiva da visão.

O envelhecimento natural das células do cristalino é a causa mais comum da doença, porém existem outras, como: hereditariedade, traumatismo, doenças sistêmicas, congênitas, medicamentos e infecções oculares. O tratamento utilizado nesses casos é a intervenção cirúrgica, única opção em que o portador da doença tem a possibilidade de recuperar a sua capacidade visual.

Com uma taxa de sucesso funcional superior a 95% em vários países, na cirurgia de catarata é removido o cristalino opacificado e implantada, por meio de minúsculas incisões, uma lente artificial (lente intraocular), permitindo, assim, a adequada focagem das imagens captadas pelo olho. Rápida e indolor, a cirurgia é realizada em centro cirúrgico sob sedação com anestesia local, a duração é 15 a 20 minutos e o tempo de permanência do paciente na clínica é em torno de três a quatro horas. Na maioria dos casos, a recuperação da visão ocorre logo nas primeiras 24 horas, e o resultado é facilmente percebido.

Síndrome Tóxica do Segmento Anterior (STSA)
Embora seja muito rara, menos de 1%, a cirurgia de catarata, como todo procedimento cirúrgico, possui complicações e o trabalho da equipe de cirurgiões é justamente minimizar esses riscos. Um deles é a Síndrome Tóxica do Segmento Anterior (STSA), caracterizada por uma inflamação aguda da câ- mara anterior ou segmento do olho, que ocasiona lesão nos tecidos intraoculares e ocorre geralmente nas primeiras 24 horas após a cirurgia apresentando sintomas similares ao da endoftalmite infecciosas, como: dor ocular, vermelhidão e visão embaçada.

Entre as principais causas do STSA, estão os materiais que são utilizados no olho durante e após a cirurgia, como agentes tópicos antissépticos, talco das luvas cirúrgicas e pomadas tópicas oftalmológicas que podem estar contaminados. Por isso, é essencial que se saiba a procedência de todos os produtos que são utilizados no centro cirúrgico. O tratamento busca apenas suprimir a resposta inflamatória e consiste em intensa instilação de esteroides tópicos com seguimento rigoroso e controle de complicações tardias, como o glaucoma.

Para evitar complicações, é fundamental que cada um faça a sua parte…

» Não coce os olhos e proteja-os sempre que necessário.
» Reduza temporariamente as atividades físicas e as tarefas de limpeza doméstica.
» Não utilize maquiagem nos olhos, para reduzir as chances de infecção.
» Em dias ensolarados, não dispense os óculos de sol.
» Evite o contato direto com água e minimize a exposição a ambientes poluídos, poeiras e vapores.
» Ao caminhar, fique atento para pisos irregulares, tapetes e quaisquer outros obstáculos.
» Evite dormir do lado do corpo em que fica o olho que acabou de passar por cirurgia.
» Em caso de dor, procure o seu oftalmologista, pois esse pode ser um sinal de pressão no olho.

fonte: http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/revista_vejabem_05online.pdf