Existem alterações oftalmológicas que solicitam a presença de um especialista em Plástica Ocular , que é uma sub-especialidade dentro da oftalmologia que cuida de casos relacionados a vias lacrimais (obstruções , que causam lacrimejamento ou infecções) e pálpebras (tumores, cistos, bolsas palpebrais, inversão dos cílios).
Meibomite
Uma doença palpebral muito comum (prevalência estimada em 24% da população adulta) é a meibomite, onde ocorre espessamento das glândulas meibomianas (glândulas sebáceas localizadas na margem palpebral) e sintomas de :sensação de corpo estranho, vermelhidão dos olhos, ressecamento. Predispõe a pessoa a ter terçol e calázio. O tratamento se faz com:
» Higiene palpebral: compressas quentes com massagem e limpeza das margens palpebrais com xampu neutro infantil ou produtos específicos;
» Pomadas de antibiótico;
» Suplementos nutricionais (semente de linhaça ou ácidos graxos com Ômega 3);
» Uso oral de antibióticos se necessário;
Ptose palpebral
Queda da pálpebra superior. Pode ser congênita ou adquirida.
A causa mais comum das formas adquiridas é associada a idade avançada, por uma desinserção do músculo elevador da pálpebra superior . Algumas doenças musculares e neurológicas causam ptose da pálpebra como por exemplo, paralisia de nervos cranianos ou miastenia gravis. Pode ser corrigida com cirurgia se houver indicação.
A ptose congênita se apresenta por má função do músculo elevador da pálpebra superior desde o nascimento.
Pode apresentar redução da acuidade visual e posição anômala da cabeça (criança eleva o queixo para enxergar) sendo necessário neste casos o procedimento cirúrgico.
Dermatocalaze
Quando há redundância de pele e tecido subcutâneo, pode nos casos extremos resultar em defeito de campo visual. Corrigida com a cirurgia de blefaroplastia. Feita sempre em ambiente hospitalar, mas com rápida recuperação funcional.
Blefaroespasmo
Contração involuntária dos músculos orbiculares causando extremo desconforto para o paciente. O tratamento se faz com o uso de toxina botulínica a cada 12 semanas em média.
Obstrução de vias lacrimais
» Congênita : 2 a 4% dos recém nascidos a termo. Quadro apresenta secreção unilateral ou bilateral, desde o nascimento, sem vermelhidão ocular ou outras alterações. Preconiza-se massagem até resolução espontânea, que ocorre na maioria dos casos . Deve-se realizar sondagem em ambiente hospitalar se não houver resolução até 01 ano de idade.
» Adquirida: a estenose involutiva é a causa mais comum em indivíduos mais velhos. Diagnóstico auxiliado pelo exame de dacriocistografia, onde nota-se ponto de obstrução na via lacrimal através de uma radiografia com contraste. A cirurgia para resolução da obstrução quase sempre é necessária.
A obstrução das vias lacrimais congênita ou adquirida predispõe a dacriocistite aguda, infecção local na topografia do saco lacrimal (porção nasal da pálpebra inferior) podendo ter febre, edema e vermelhidão local. A fase aguda deve ser tratada com antibióticos sistêmicos.